Até hoje, sabe-se que o treinamento aeróbio, como a caminhada, é um grande aliado no tratamento e prevenção da doença, podendo reduzir a pressão arterial por até 12 horas após sua execução.
Recentemente, um estudo realizado por pesquisadores do Laboratório de Hemodinâmica da Atividade Motora da Universidade de São Paulo (USP) mostrou que musculação também apresenta muitos benefícios nesse sentido.
Isso acontece porque após a prática do exercício de força ocorre um fenômeno chamado de Hipotensão Pós-Exercício Resistido; ou seja, há uma diminuição dos níveis de pressão arterial no organismo do indivíduo devido a atividades físicas como a musculação.
O estudo demonstrou que após uma sessão de exercício ocorre uma diminuição dos níveis de pressão arterial da ordem de 5mmHg, sendo esse fenômeno conhecido como hipotensão pós- exercício. Esse fenômeno já pode ser observado ao se medir a pressão arterial cerca de 20 ou 30 minutos após o exercício e comparando esses valores com os obtidos em uma medida realizada antes do exercício. Inicialmente, a hipotensão pós-exercício foi demostrada após a realização de atividades aeróbias; porém, estudos mais recentes têm demonstrado que essa resposta ocorre também após uma sessão de exercício resistido.
Um dado importante do estudo é que foi observado que a hipotensão pós-exercício resistido é maior nos indivíduos que apresentam maiores níveis de pressão arterial. Ou seja, o exercício resistido possui maior efeito em reduzir a pressão arterial justamente nos indivíduos que mais precisam de tratamento.
O estudo analisou dados de 131 participantes entre 19 e 74 anos, de ambos os gêneros, obtidos por ensaios clínicos prévios, e mostrou que a intensidade (carga) de exercício não afetou a hipotensão pós-exercício resistido. Por outro lado, ocorreu maior redução da pressão arterial após sessões de exercício resistido com maior volume, que envolveram maior número de exercícios, séries e repetições.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde divulgada pelo IBGE em 202, cerca de 38,1 milhões de brasileiros, ou 23,9% da população nacional, já foram diagnosticados com a hipertensão arterial.